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sábado, 16 de julho de 2011

"Eu tenho que virar carro"

imperdível

terça-feira, 1 de março de 2011

domingo, 28 de novembro de 2010

Imprensa alemã narra "guerra" no Rio, sede de Copa e Olimpíada


A onda de violência no Rio de Janeiro foi noticiada com destaque pela imprensa de língua alemã. As publicações logo chamam atenção para um fato que atinge, diretamente, a comunidade internacional: a cidade sob ataque será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 e receberá os Jogos Olímpicos em 2016.

A revista Der Spiegel descreve o que chama de "cenas de uma guerra": a presença de helicópteros e tanques nas ruas da cidade. Segundo a publicação online, "o governo brasileiro quer acabar de qualquer maneira com o poder das gangues até o Mundial de futebol".


Criança presencia violência na Vila Cruzeiro
Citando o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, o Der Spiegel diz que "nenhuma polícia do mundo seria capaz de conseguir o feito da polícia brasileira".

As palavras favela e "slum", do inglês, são usadas pela imprensa alemã para caracterizar a Vila Cruzeiro. O jornal Süddeutsche Zeitung pega emprestado outros termos em português em suas matérias jornalísticas: traficantes e Cidade Maravilhosa.

Tropa de Elite na vida real

Sob o título "Isso é guerra", o alemão Süddeutsche Zeitung conta o que se passa no Rio de Janeiro, fazendo referência ao roteiro de Tropa de Elite 2. "A realidade parecia ter se tornado pacífica, mas agora a batalha contra os traficantes voltou e espalha medo e terror na cidade que vai receber a Copa em 2016 e as Olimpíadas em 2016", escreve o jornal

A publicação de Munique se aprofunda na descrição do contexto das favelas e da ação do tráfico no Rio de Janeiro. Chega, inclusive, a citar as facções criminosas Comando Vermelho e Amigos dos Amigos que, segundo o jornal, "comandam muitas das ações de dentro do presídio".

Apesar do número de policiais e recursos usados na operação, diz o Süddeutsche Zeitung, "os traficantes estão tão bem armados quanto o Exército", lembrando o episódio em que os criminosos derrubaram um helicóptero.


Ônibus incendiado em Rio Comprido
Como no roteiro do filme de José Padilha – mas sem fazer menção direta ao Tropa de Elite nesse ponto do texto –, o jornal bávaro diz que "a polícia é muitas vezes corrupta e inescrupulosa, que os policiais à paisana matam com frequência inocentes, ativistas dos direitos humanos lamentam a limpeza social. Há ainda as impiedosas milícias, muitas comandadas por ex-policiais".

UPP

O Neue Zürcher Zeitung, de Zurique, crê que "o fim da violência é imprevisível". Segundo o jornal, o objetivo dos criminosos parece ser a demonstração de seu potencial de perigo, e também intimidar a população.

A publicação suíça descreve o trabalho da Polícia Pacificadora nas favelas e ressalta que a ação também se estende "a zonas turísticas do Rio". O jornal conta que teria sido achado um bilhete no banco de um dos ônibus queimados, com a mensagem: "Com a Polícia Pacificadora, não haverá Jogos Olímpicos".

Todas as publicações citadas dizem que a onda de ataques criminosos seria uma reação à presença da Polícia Pacificadora nas favelas do Rio de Janeiro. Elas não acertam, no entanto, o número de comunidades que têm as UPPs: o Der Spiegel fala em 14, o Neue Zürcher Zeitung diz que são 13, quando, na verdade, a cidade do Rio de Janeira conta com 12 UPPs em funcionamento.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Direitos Humanos: Brasil na vanguarda do atraso



No quesito Direitos Humanos, particularmente quanto à punição a torturadores da fase da ditadura, a democracia brasileira está entre as mais atrasadas da América do Sul. É fácil se constatar isso quando se acompanha o noticiário sobre os processos judiciais da Argentina, Uruguai e Chile, mesmo chegando até nós através da “discrição” dos nossos meios de comunicação.

Mas não apenas nestes três países e é isso que quero enfatizar, apontando avanços também no Peru, Bolívia e Paraguai. Especialmente este último, alvo até de piadas, sempre lembrado na hora de se falar de tudo que é ruim ou atrasado (por sinal, soube há poucos dias aqui no nosso Fazendo Media, em entrevista de Marina dos Santos, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que o Paraguai é o campeão em nossa região na concentração de terras, o Brasil só perde para ele no particular).

Não é à toa, portanto, que nosso país está, desde a última quinta-feira, dia 20, sentado no banco dos réus da Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Organização dos Estados Americanos (OEA), respondendo acusações quanto à impunidade de agentes das Forças Armadas no caso da Guerrilha do Araguaia, no sul do Pará, no período de 1972/75, quando cerca de 70 pessoas, que tentaram desencadear um movimento guerrilheiro na região, foram torturadas e mortas (ou, como se diz, desaparecidas).

A vanguarda do atraso ficou patente na recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que rechaçou o pedido de revisão da Lei da Anistia, em ação de iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ou seja, decidiu que acusados de torturar e matar opositores durante a ditadura não devem ser julgados. Supremo deboche! O relator do processo, ministro Eros Grau, chegou a argumentar usando o “caráter cordial” do brasileiro, famosa tese de Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil. Nosso grande historiador não merece tal companhia. 

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

Analfabeto político

"É uma vergonha como se vê até juristas com opiniões tão contraditórias, o que revela que eles podem interpretar a legislação como eles bem entendem e nos empurrar goela abaixo como qualquer poder ditador abusa da força de suas atribuições tornando inválida até a constituição.Maus Brasileiros são estes antipatriotas.
Não importa se voto nulo anula ou não as eleições. O fato é que em uma verdadeira democracia o poder emana do povo e quando o povo quer, pela manifestação da liberdade e da vontade popular que vier a ser exercido através do voto nulo, o poder do tribunal eleitoral que deve sua EXISTÊNCIA a favor da democracia e não da elite política, deve empreender esforços para a defesa dessa vontade, caso contrario é um tribunal corrupto. E os verdadeiros representantes do povo , nas cadeiras que integram as vagas dos políticos defender essa idéia que já é uma manifestação popular seria uma prova de idoneidade moral pois nos daria mais poder e controle da classe política nos fazendo verdadeiros cidadãos. Não existe poder de voto nem cidadania, nem democracia se não existir mais alternativas para manifestação da vontade popular. Seriamos seres digitais, como as maquininhas do TRE. Por isso, juridicamente falando, se o voto nulo anula ou não a eleição pouco importa, o que importa é que essa é a resposta que temos que dar a essa devassa classe política que assola nosso país. Será o precedente que precisamos para "expurgar" os inimigos da verdadeira democracia e o começo da luta para aprovarmos essa lei importantíssima que nos dará mais poder sobre uma classe política que tem sido uma verdadeira doença para o nosso país desde o começo da nossa história."



+ sobre: VOTO NULO ANULA ELEIÇÃO SIM!!! http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/09/359874.shtml
+ http://www.paranaeleitoral.gov.br/artigo_impresso.php?cod_texto=202

http://www.grandestalentos.com.br/especial/113-eleicoes-no-brasil


***VOTE NULO*** se mais da metade do povo votar nulo a eleição é anulada e provavelmente teremos outro plebiscito, chance de mudar de sistema, a rep. parlamentarista é a unica chance de derrubar a gangue do parlamento inteira e recomeçar... VOTO NULO e só vendo o voto se pagar adiantado com a prova de que já atuou, não roubou, não omitiu e QUER o bem do Brasil. Alguém compra? xD

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil, que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."
|Bertolt Brecht (1898-1956) 

“Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do estado nas eleições federais e estaduais, ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações, e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.” (Fonte: Código civil)

"Um governo sem partidos políticos, que criam um funil de entrada e funil de saída, onde apenas os que têm dinheiro podem se eleger. Não há necessidade de partidos. É preciso haver um desarmamento ideológico. Não haveria mais políticos profissionais, pessoas que ganham para ser representantes.Também acabaríamos com os cargos de confiança"
http://www.une.org.br/home3/politica/m_5218.html

sexta-feira, 9 de julho de 2010

OS ABUSOS DE PODER DE LULA

José Álvaro Moisés – O Estado de S.Paulo

Existe relação entre a posição do governo quanto aos perseguidos políticos de Cuba, os desrespeitos do presidente à legislação na campanha eleitoral e a irresponsabilidade com que ele e outras autoridades públicas reagiram às catástrofes e mais de 250 mortes no Rio de Janeiro e em Niterói?

Nas últimas duas décadas o Brasil reconquistou o regime democrático. Não está em questão se a democracia existe, mas a sua qualidade. Os escândalos de corrupção, as tentativas de cerceamento da liberdade de imprensa e o discutível desempenho do Congresso Nacional mostram que a consolidação da democracia não depende apenas de votar e escolher governos.

A democracia é mais do que isso. Ela se baseia na soberania popular para ser efetiva e depende de que as instituições que previnem o abuso de poder e asseguram o equilíbrio entre Executivo, Legislativo e Judiciário funcionem a contento, sem sofrer ameaças veladas ou não de governantes ou de seus competidores. Não basta ter uma Constituição para garantir o império da lei, a vigência de direitos individuais e sociais e a obrigação dos governantes de prestar contas de suas ações e se responsabilizarem por elas.

O papel dos líderes que se dizem democratas é essencial, pois eles não são apenas mandatários de cargos administrativos, têm de dar o exemplo de correção e probidade no trato dos interesses públicos e, diante das incertezas próprias da democracia, têm o dever de orientar e educar os cidadãos para respeitarem a lei e as decisões coletivas, conviver com o pluralismo político e aceitar que, além da maioria, as minorias também têm direitos – princípios que distinguem o regime democrático de suas alternativas.

Atualmente, essas qualidades de liderança estão em falta no Brasil. A despeito de seus méritos, como manter a estabilidade econômica e ampliar as políticas sociais de seu antecessor, Lula virou as costas para valores democráticos fundamentais, revelando ao final de dois mandatos outros aspectos de sua personalidade política. Supõe às vezes estar acima da lei, burla o princípio de igualdade política e mistifica a crença dos eleitores de baixa renda, condenados a baixos níveis de educação, por isso mesmo menos críticos diante de quem usa o prestígio da Presidência para fazer crer que é o único autor dos avanços recentes do País.

No caso de Cuba, em vez de reconhecerem a opressão aos perseguidos políticos do regime e a ofensa a direitos assegurados pela Carta da ONU, Lula e os seus se solidarizaram com os dirigentes cubanos que arbitram autoritariamente sobre a vida dos perseguidos do regime, debochando do sentido político da greve de fome como forma de protesto. Lula desqualificou a sua própria experiência na luta contra o regime militar e igualou essa luta à ação de criminosos comuns; ofendeu milhares de perseguidos e torturados no mundo inteiro e gente de seu governo que sofreu perseguição no passado. O silêncio ou a abstenção do governo brasileiro em votações na ONU destinadas a condenar o desrespeito aos direitos humanos na Coreia do Norte, no Irã, no Sudão, no Congo e no Sri Lanka, ou a tolerância à destruição da democracia na Venezuela de Chávez, iluminam outros lados do quadro.

Nesses casos, Lula deixou de lado a posição majoritária dos brasileiros a favor da democracia verificada em pesquisas de opinião. Na campanha por sua candidata à Presidência, em flagrante desrespeito às leis eleitorais, tem se utilizado dos benefícios do cargo há mais de dois anos para fraudar o princípio de igualdade política. Multado pela Justiça Eleitoral, desqualificou as penalidades, convidou o público a debochar das regras e deu a entender que, diferente dos outros cidadãos, despreza as exigências da legislação. A repercussão negativa o levou a pedir cuidado aos ministros, conclamando-os a serem republicanos. Mas o embuste é flagrante – senão a ignorância de Lula quanto ao significado do conceito de res-pública -,pois antes e depois da advertência não se controlou em eventos e inaugurações oficiais, publicizando a sua candidata.

A indiferença de Lula diante dos mecanismos de controle dos Poderes republicanos é evidente. Seu governo desconhece o conceito de accountability, como ficou evidente no caso do mensalão e dos desmandos de José Sarney. Mais dramática ainda foi sua atitude diante das catástrofes no Rio de Janeiro e em Niterói. Primeiro, apelou aos céus diante das chuvas; depois, anunciou a liberação de R$ 200 milhões para ações de emergência e, finalmente, quando veio a público o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) mostrando que o Ministério da Integração Nacional liberou, em dois anos, mais de 64% de recursos para emergências à Bahia do ex-ministro Geddel Vieira Lima (agora candidato a Governador da Bahia!!!), e menos de 1% para o Rio de Janeiro, Lula chamou o relatório de “leviano”.

Não é a primeira vez que ele desqualifica as decisões do TCU. Em mais de uma ocasião, quando gastos indevidos foram identificados pelo tribunal, o presidente se comportou como se não tivesse obrigação de dar explicações ao País. Até agora, nem ele nem seu ex-ministro apresentaram os critérios usados na distribuição dos recursos emergenciais. Ademais, em oito anos de governo, Lula parece não se ter dado conta de que ocupações urbanas de risco não se resolvem com medidas de emergência. Mas, ao qualificar de “levianas” as críticas do tribunal, deu razão a autoridades como o prefeito de Niterói, que, após vários mandatos à frente da cidade, confessou desconhecer os laudos técnicos que condenaram a urbanização do lixão do Morro do Bumba. Lula abusa do poder, rebaixa a qualidade da democracia e, pior, estimula outras autoridades a fazerem o mesmo.

José Álvaro Moisés é professor de Ciência Política e diretor do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo.


Publicado sáb,17 de abril, 2010 em http://www.saindodamatrix.com.br/mob/